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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

VERMINOSES, VERMES, VERMÍFUGOS COMERCIAIS E NATURAIS PARA CÃES E GATOS




O que precisamos saber...
Verminoses são doenças causadas por vermes que se alojam principalmente nos intestinos, mas que também podem afetar outros órgãos como esôfago, estômago, coração, pulmões, rins e fígado. Os danos decorrentes da infestação dependem de diversos fatores como a carga parasitária, a idade do animal, as condições imunológicas, o ambiente em que vivem com suas condições de higiene e manejo e o curso concomitante com outras doenças. As infecções podem apresentar sintomas leves como apetite caprichoso, perda de peso, tristeza, aumento de volume abdominal, pelos opacos, fezes moles, coceira anal ou sintomas mais acentuados que demonstram o comprometimento mais sério de um ou mais sistemas orgânicos como anorexia completa, diarréias severas com sangue e/ou muco, vômitos,desidratação, anemia, ascite (barriga d’água), obstrução de orgãos ocos(estômago, intestino, esôfago e coração), artérias e veias, assim como intoxicações proporcionadas por toxinas produzidas pelos parasitas ou pela sua ação direta sobre tecidos e mucosas.

VIAS DE TRANSMISSÃO DAS PARASITOSES
Existem várias formas de transmitir /adquirir parasitas: VIA ORAL que se dá através da ingestão de ovos, oocistos ou larvas infectantes encontradas no solo, diretamente relacionada com a higiene, manejo e densidade populacional e /ou pela ingestão de hospedeiros intermediários ( pequenos roedores, aves, insetos e parasitas externos) relacionados aos hábitos de caça e predadorismo;
VIA PERCUTÂNEA quando as larvas penetram através da pele do animal, estando relacionada com a contaminação/higiene do ambiente em que vivem; VIA TRANS-UTERINA relacionada a transmissão de larvas da mãe ao filhote ainda dentro do útero materno; VIA GALACTOGÊNICA quando a contaminação se dá através do aleitamento.

EDUCANDO...
Além da transmissão de vermes entre indivíduos da mesma espécie (intraespecífica), a ocorrência de transmissão entre espécies diferentes (interespecífica) e especialmente dos animais ao homem (zoonoses) evidencia a importância do papel dos médicos veterinários como agentes promotores em saúde pública de forma a difundir conhecimentos e educar proprietários, criadores, cuidadores e poder público. A eficácia e segurança dos novos produtos disponíveis para a prevenção e controle das verminoses não impediram que doenças parasitárias emergissem ou reemergissem como um sério problema em animais de companhia.
As grandes descobertas da indústria farmacêutica antiparasitária veterinária, aos moldes da industria de vacinas já mencionadas em outros artigos deste blog, acabaram por promover protocolos únicos de desverminação, desconsiderando novamente a individualidade de cada paciente ou de cada grupo de pacientes, levando veterinários clínicos e proprietários a dispensarem a utilização de exames coproparasitológicos (exame de fezes) na prática clínica diária. A falta de prestígio de tal atividade deve-se principalmente aos interesses comerciais da venda e aplicação indiscriminada de antiparasitários, fonte de renda certa nas clínicas e petshops de todo o mundo. Desta forma, porque então lidar com um material nauseabundo e fétido se podemos simplesmente prescrever um vermífugo comercial 2,3 ou 4x ao ano e ainda obtermos lucros com isso? Já imaginaram a quantidade de vezes que os nossos amigos peludos foram dosificados com esses medicamentos sem haver necessidade? Ou talvez com esquemas errados que não afetam os vermes que realmente estão presentes no seu amigão? Não pensem que estes produtos são inócuos (livres de efeitos indesejáveis) quando administrados incorretamente. Podem apresentar efeitos desagradáveis, leves/moderados/sérios e devem ser usados sim, mas com critérios médicos individualizados em cada caso. Quando se recomenda um vermífugo deve-se levar em conta se ele atua sobre o verme encontrado; qual o período pré patente (ppp) deste verme, que é o período entre a infestação, desenvolvimento de larva/ovo infectante e eliminação dos mesmos como fonte de contaminação; condição clínica do paciente: contaminação ambiental; introdução de novos indivíduos; coberturas; gestações, enfim tudo o que é necessário para uma máxima atuação do medicamento e minimização dos riscos a saúde do seu amigão.

PRINCIPAIS PARASITAS DE CÃES E GATOS (1):
Toxocara canis (cão) não necessita de hospedeiro intermediário mas a ingestão de ovos por aves e pequenos mamíferos que depois venham a ser ingeridos por cães podem contaminá-lo; VIAS DE TRANSMISSÂO (VT): oral, transmamária e intra uterina. Afeta principalmente filhotes causando dor abdominal, diarréia e vômitos; em adultos é assintomática mas continuam contaminando o ambiente.
Localização: intestino delgado (ID) na forma adulta. Larvas podem ser encontradas em pulmões, músculos, sistema nervoso e fígado.
PPP = 2-4 semanas dependendo da via de infecção (o reforço do vermífugo depende deste período).
Potencial zoonótico: larva migrans visceral ( larvas migram em órgãos como o fígado . lesando-o) e larva migrans ocular (cegueira!).

Toxocara cati (gato) não necessita de hospedeiro intermediário mas a ingestão de ovos por aves e pequenos mamíferos, que depois venham a ser ingeridos por gatos, podem contaminá-lo; VIAS DE TRANSMISSÂO (VT): oral e transmamária.
PPP= 8 semanas

Toxascaris leonina (cães e gatos) não necessita de hospedeiro intermediário mas a ingestão de ovos por aves e pequenos mamíferos que depois venham a ser ingeridos por cães e gatos podem contaminá-los. VIAS DE TRANSMISSÂO (VT): oral.
PPP= 10 semanas

Neste grupo chamado de Ascarídeos, após a utilização de vermífugos em animais extremamente parasitados, podem ocorrer reações alérgicas com edema e hemorragias intestinais nos locais onde os vermes estavam fixados na mucosa e esta reação pode ser fatal!

Sintomas clínicos: Em infecções maciças pode haver pneumonia, edema pulmonar, tosse, descarga nasal, aumento da freqüência respiratória, produção de muco nas fezes, obstrução e perfuração intestinal, peritonite.
Em animais jovens é importante repetir os exames caso resultado seja negativo.
GATOS não apresentam sintomas respiratórios.

Muitas doenças sistêmicas (a vírus ou bactérias) ou dermatológicas têm insucesso no tratamento devido ao animal estar cheio de vermes.Vamos a eles:
Áscaris: são encontrados em cães e gatos, principalmente nos filhotes. Das três espécies - Toxocara canis, Toxascaris leonina e Toxocara cati - a mais importante é o T. canis, pois, além de suas larvas migrarem no homem, podem levar a infecções fatais em filhotes de cães. O T. Leonina ocorre mais em cães adultos e menos em gatos.
De um modo geral, os áscaris são hóspedes habituais do intestino delgado. Periodicamente expulsam ovos pelas fezes. Quando um exame de fezes em seu animal der negativo, não quer dizer que ele esteja livre dos parasitas, pois, talvez um dia antes, ele já tenha eliminado os ovos. O ideal é repetir o exame.
Os ovos são ingeridos por um hospedeiro como o cão. A larva se libera no intestino e cai na corrente sanguínea. Em sua migração chega aos brônquios, passa pela traqueia, é expulsa e deglutida de novo, indo novamente para o intestino onde atinge sua maturidade. Em fêmeas grávidas, as larvas são mobilizadas, migram para o feto em desenvolvimento e, eventualmente, alcançam o intestino dentro de uma semana após o nascimento.
No homem, as larvas, principalmente a T. canis, são associadas a lesões no fígado, rins, pulmões, cérebro e olhos. No seu animalzinho, os principais sintomas, de acordo com a quantidade de vermes, são pelos eriçados, emagrecimento e falha no crescimento dos filhotes. Frequentemente são barrigudos. Os vermes saem nas fezes ou através do vômito. Podem ocorrer lesões pulmonares levando a uma pneumonia. Os animais se cansam com facilidade, ficam anêmicos. As fezes podem ter muco e são pastosas. Podem ocorrer também sintomas nervosos como ataques convulsivos, acessos de fúria, movimentos circulares contínuos. Geralmente o animal mantém o apetite.
Ancilostomas: Os mais comuns são Ancylostoma caninum em cães eAncylostoma tubaeforme em gatos, que podem ser adquiridos pela ingestão de água ou alimentos contaminados e pela penetração das larvas através da pele. Filhotes podem pegar A. caninum através do leite da cadela.
Os ovos de ancilostoma podem ser encontrados nas fezes do hospedeiro cerca de 15 a 18 dias após a infestação oral inicial. Os vermes adultos alimentam-se da mucosa intestinal. Essa "raspagem" resulta em numerosas hemorragias da mucosa do intestino. O A. caninum e o A.tubaeforme são os mais patogênicos para o cão e o gato, respectivamente. Os animais perdem sangue continuamente. Os principais sintomas são emagrecimento, anemia grave, fraqueza, fezes escuras e fluidas (diarreia).
Cestoides: o que comumente infesta cães e gatos é o Dipylidium caninum. Tais animais adquirem a infecção ingerindo pulgas. Cestódeos em cães e gatos também podem infectar o homem, por isso sua importância em saúde pública. Você pode ver esses vermes na forma de proglotes grávidas (cheias de ovos), quando se destacam dos cestoides e saem nas fezes. As proglotes se movem lentamente nas fezes ou no períneo (região em redor do ânus) do cão ou gato e os proprietários acham que se parece com um grão de arroz.
Os sinais clínicos em altas infestações podem variar de debilidade, mal-estar, irritabilidade, apetite inconstante, pelos ásperos, cólicas, diarreia suave e ataques epiléticos.
O diagnóstico de todas essas espécies de vermes é feito através do exame de fezes ou visualização e reconhecimento dos mesmos.
O tratamento é feito através de vermífugos que existem no mercado e que são determinados pelo veterinário que irá escolher o melhor para cada caso. As sequelas advindas da verminose também devem ser tratadas pelo veterinário. A vermifugação não deve ser feita somente quando o animal estiver infectado. Deve ser instituída uma rotina preventiva para animais com os mesmos vermífugos que são utilizados no tratamento. Para canis e gatis isso deve ser uma prioridade

CONTROLE AMBIENTAL
IMPORTANTE RESSALTAR QUE OS OVOS DESSES PARASITAS SÃO ALTAMENTE RESISTENTES ÀS CONDIÇÕES AMBIENTAIS, PODENDO PERSISTIR NO AMBIENTE POR ANOS!!
UTILIZAR CALOR SECO E DESINFETANTES A BASE DE AMÔNIA QUATERNÁRIA.
REPETIR A APLICAÇÃO A CADA 15 DIAS.
RECOLHER AS FEZES DIÁRIAMENTE TANTO NO AMBIENTE EM QUE O ANIMAL VIVE, QUANTO NOS PASSEIOS.
PARQUES INFANTIS E PRAIAS NÃO DEVEM SER FREQUENTADOS POR CÃES E GATOS.
É UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA E VOCÊ TAMBÉM É O MAIOR RESPONSÁVEL!!!!!!

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